Floresta

Derrubar floresta não é progresso, é matança!

Um Vez!
Um soldado foi para guerra...deixou sua namorada chorando na estação de trem, mas ele não tinha como voltar. No campo de batalha, correu, juntou os pedaços dos amigos, chorou, aprendeu a rezar. Passou de dias...meses...foi capiturado, torturado. Queria estar com sua amada, lembrou do cinema, de passear de mãos dadas na praça no verão.
Passou anos no campo de concentração. depois foi libertado. Voltou para casa. Pois tudo tinha mudado, não havua mais crença, não havia mais montanhas, nem árvores, não havia mais a rua antiga aonde gostava de se encontrar com os amigos. A cidade cresceu, ele envelheceu, dava para contar suas cicatrizes, dava para contar quantos passos ele caminhava tentando achar o seu amor. Lento na multidão, ele passou a observar o seu próprio caminho, o seu próprio destino.
Seguiu sua vida, lendando na lembrança a única saudade que sente! O seu amor!

TODAS AS NOITES...

No jardim, confuso, soldados enterrados, filósofo bêbados.
No jardim, esperando minha flor, minha vida, um Sol.
No jardim, regando a felicidade, transbordando a felicidade.
No jardim, com uma somente flor.

Guerra de Mamona !

NA PALESTINA AS COISAS SÃO DIFERENTES, GAROTOS COM 12 ANOS E AÍ VAI.. SE ESCONDEM ATRÁS DOS ESCOMBROS E JOGAM PEDRAS NOS TANQUES DE ISRAEL, TANQUES QUE INVADEM SUAS VILAS E ACABAM COM SUA COMUNIDADE. NÃO HÁ AMOR ENTRE OS JOVENS DE DESCENDÊNCIA DE UM MESMO POVO ÁRABE, NÃO HÁ PAQUERAS, NÃO HÁ COMPAIXÃO. VILOLÊNCIA, RUAS MANCHADAS DE SANGUE E TAL.
MAS O QUE ACHAVAMOS INTERESSANTES ERAMOS QUANDO FORMAVAMOS DUAS FRENTES, NOSSOS BADÔGUES ESTICADOS E ATRÁS DOS CARROS COMEÇAVAMOS, NÃO SENTÍAMOS O DRAMA DO PERIGO, ÉRAMOS SOLDADOS, PODERÍAMOS FERIR UM COLEGA BRUSCAMENTE, MAS TÍNHAMOS 12 ANOS, DEPOIS SENTÁVAMOS NA CALÇADA DA MINHA CASA E FICÁVAMOS RINDO. O TEMPO FOI PASSANDO E VÍAMOS O ABSURDO DO ABSURDO, EU INVENTAVA CADA COISA. E SE EU TIVESSE UM FILHO, VICE ELE BRINCANDO, BRINCANDO COM ISSO? CHAMARIA SUA ATENÇÃO! PIOR É SABER DEPOIS DISSO TUDO QUE DO OUTRO LADO DO MUNDO HAVIA UMA INTIFADA. NÓS SÓ ÉRAMOS MOLEQUES, E NEM SABÍAMOS DIREITO O QUE ESTAVA ACONTENDO NO ORIENTE, AOS 12 NO OCIDENTE E AOS 12 NO ORIENTE. QUEM SOBREVIVEU? MAS TENTÁVAMOS ENTENDER.

MORO NO TELHADO.

NÃO FÁCIL, IMAGINA UM GAROTO AOS 12 ANOS, ANDANDO NAS RUAS, SE SENTINDO DIFERENTE DO RESTO DO GRUPO DE COLEGAS, SEJA NA ESCOLA, NA RUA OU POR TODO BAIRRO. CRESCENDO COM ISSO, NORMALMENTE ISSO ACONTECE NA ADOLESCÊNCIA, O PROBLEMA TODO É QUANDO SE ESTAR COM 37 E VÊ QUE NÃO MUDOU MUITA COISA. AÍ COMEÇAMOS A TOMAR MUITA PORRADA. A ÚNICA ARMA, O SILÊNCIO, LIVROS, PARTITURAS VELHAS E UMA BÚSSOLA QUEBRADA.
A BÚSSOLA NÃO ME SERVE MAIS, POIS SEI QUE JÁ CONHEÇO O CAMINHO QUE TENHO QUE SEGUIR, MESMO SE ELA ESTIVESSE FUNCIONANDO NÃO ME SERVERIA. AS PARTITURAS COM A CLAVE DE SOL NÃO ME ENCANTA MAIS, NEM CONSIGO MAIS TOCA-LAS, NÃO QUERO ACABAR NUM CANTO DE UM BAR TENDO QUE TOCAR UMA MÚSICA PARA UM CASAL, OU DOIS OU TRÊS ...